Gertrude Stein foi é mulher macho não porque gostava de garotas. A americana tinha pegada, as palavras se derretiam por ela e a safada se aproveitava delas todas e ainda era uma grande comedora de vírgulas.
Foi na sua casa em Paris na Rue de Fleurus 27 que o século vinte começou. Pintores, escritores, músicos, bailarinos, dândis e loucos, profissão loucos, apareciam em seus salões nem que fosse pra filar o jantar. Picasso e Matisse ainda eram duros, Hemingway ainda não era Papa, Fitzgerald já era quase alguém. A França tinha tradição demais pra fazer o século vinte e a francesada deixou quieto, é com vocês, americanos.
Miss Stein tinha uma empregada figura, Hélène, que era quem mandava na casa. Ela não ia com a cara de um monte de gente e encrencou com monsieur Matisse só porque ele perguntou e aí Hélène o que temos pra jantar hoje. Um francês nunca pergunta isso, onde já se viu, Miss Stein?
Gertrude ousou dizer o nome do seu amor e escreveu a Autobiografia de Alice B.Toklas. Depois resolveu fazer a Autobiografia de Todo Mundo. Gostava de repetir que toda pessoa que escreve precisa ter dois países, o lugar onde nasceu e outro onde a imaginação mora. Qual é o seu?
O meu é o País do Sol. Um lugar que já esteve carregado de ironia nas palavras de João do Rio, em O Homem de Cabeça de Papelão, e que para mim surge carregado de inocência... http://blogdogustavonovo.blogspot.com/2007/10/pas-do-sol.html
ResponderExcluirA Inês indicou sua página: muito bacana! Estarei sempre por aqui.
Grande abraço.
Valeu Gustavo.
ResponderExcluirO meu sol pertence a Copacabana, o lugar mais quente ao sul de Havana. Vou passar no teu blog.
Abração
H.