sábado, 13 de março de 2010

A Nuvem

Vamos pra Havana, baby, o vento do Malecón ainda é livre ainda é pra despentear o meu cabelo o seu cabelo e as ondas que batem na mureta ainda são livres pra bater na mureta e nos molhar com pingos grossos de lágrimas salgadas. Não te darei chocolates porque no hay, não te darei perfumes porque no hay, não te darei um banho de leite na flor de tu cuerpo porque no hay leite mas o cálcio que te faltará não impede que segures na minha mão e me leves por lugares nunca antes imaginados e tantos outros ados.

Na esquina da Rua Amargura com San Ignacio na frente do hotel que não tem teu nome mas que batizarei com tuas quatro letras falaremos alto, gritaremos sim gritaremos, nossas vozes se elevarão e se juntarão a todas as vozes suspensas na grande nuvem cinza-liberdade que paira há décadas sobre Havana esperando sua hora pra chover, a chuva ainda é livre pra chover, baby.

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